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Diário de um passageiro – Em São Luís, a arte de correr atrás da bagagem

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Quarto trecho

-> Teresina – São Luís, 14 de Dezembro, Voo 1986, 15h55 – GOL

Passei por três vezes em São Luís. Duas delas num fim de semana, com tempo de passear e curtir a cidade. A última, em conexão neste voo, onde ficaria apenas uma hora, mas fiquei três devido ao atraso de um voo. Acho uma cidade linda, mas mal cuidada. Uma pena. Tão mal conservada quanto seu aeroporto.

À ocasião de minha segunda passagem pela cidade, no início de 2011 para lançar meu livro, o cenário era estranho. Parecia estar desembarcando numa aldeia qualquer do Afeganistão ou Iraque destruídos. Tendas de lonas e armações de ferro se espalhavam pelo local que a Infraero classificava de embarque e desembarque – parte do teto do saguão havia despencado e o terminal necessitava urgentemente de obras.

No Aeroporto Internacional Marechal Cunha Machado, em São Luís (MA) os passageiros também andam pelo pátio até o avião. Foi assim naquele início de 2011 quando eu pensava ter desembarcado num aeroporto militar de campanha. Passageiros dividiam a pista com tratores que carregavam as malas até a esteira improvisada numa área externa. Debaixo de chuva e sol, vi inclusive alguns se arriscando a pegar sua bagagem na caçamba do trator em movimento, provavelmente arrependidos te derem usado os serviços das companhias. Uma cena lamentável.

O terminal agora está um pouco melhor. As tendas foram substituídas pelo famoso Puxadinho. Veja a foto: claramente, não há pilastras. As vigas finas de aço e o teto em gesso dão a sensação de fragilidade do setor de embarque, um temor de que a qualquer hora aquilo tudo desabará na sua cabeça ao menor vento – se o outro teto, de concreto, caíra, é de se esperar o pior deste.

O novo salão de embarque: Puxadinho com vigas finas de aço e cerâmica no piso

Mas de nada adianta aeroporto com Puxadinho se o saguão de check in continua igual – o mesmo tamanho e apertado, a exemplo de outros. Aliás, tornou-se uma característica dos aeroportos da Infraero: muda-se pouco, não se mexe no setor de check in, o Puxadinho é sempre em áreas pontuais e pouco colabora para a melhoria da infraestrutura e logística.

O setor de check in: as divisas usadas pelas companhias atrapalham o já saturado espaço para circulação

Passaria uma hora ali, como disse, mas um voo atrasado de Manaus por mais de duas horas deixou num silencioso tedioso todos os passageiros em conexão e a própria tripulação da companhia, que se misturou aos mortais numa lanchonete. Era latente a insatisfação do comandante. Quando enfim o avião chegou, a maioria, como eu, tirou foto do painel (veja) para comprovar o atraso do voo.

O painel comprova o atraso

Pois o Boeing decolou para Fortaleza – o próximo destino da série – e os passageiros, exaustos, se jogaram na poltrona aliviados. Lá fora, o vaivém de tratorzinhos, bagagens ao relento e a cidade iluminada. E vi alguém correndo atrás de uma mala.
A série abrange as viagens do repórter realizadas de 5/12 a 3/01.
Reproduzida no Congresso em Foco Correio do Brasil  e Opinião e Notícia 

1 comentário em “Diário de um passageiro – Em São Luís, a arte de correr atrás da bagagem”

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