60% das interações sobre o presidente estão relacionados com a ação dos vândalos que atacaram a sede da PF e incendiaram carros na capital
O silêncio do presidente Jair Bolsonaro diante do vandalismo provocado por seus simpatizantes no Plano Piloto de Brasília conota uma leniência com os atos criminosos – e não foi diferente nas redes sociais. O maior termômetro popular hoje no Brasil indica que sobrou para Bolsonaro, também, a conta da confusão nas ruas.
O nome de Bolsonaro foi impactado nas redes pelo episódio. Entre 20h da segunda-feira (12), horário aproximado em que os vândalos começaram a manifestação, e 15h desta terça-feira (13), 61% das interações sobre Bolsonaro nas redes sociais ocorreram em associações do seu nome com termos dentro do contexto desses acontecimentos.
O software da Vox Radar, empresa especializada na análise das redes sociais, contabilizou aproximadamente 1,4 milhão de interações em publicações que mencionaram Bolsonaro dentro desse intervalo de tempo no Twitter, Facebook e Instagram. Desse total, 848,1 mil interações estavam no contexto das manifestações.
Os dados encomendados pela startup “O Pauteiro” mostram também que as postagens contendo os termos ‘Bolsonaro’ e ‘vandalismo’ (ou vândalos), por exemplo, somaram cerca de 300 mil interações. Já publicações contendo ‘Bolsonaro’ e ‘terrorismo’ ou ‘terroristas’, geraram mais de 100 mil interações.
Nos atos criminosos de ontem, simpatizantes do presidente foram à porta da sede da PF protestar contra a prisão de um cacique, eleitor de Bolsonaro, determinada pelo STF por incitação à violência. Os protestos se somaram à insatisfação dos eleitores bolsonaristas contra a diplomação de Lula da Silva (PT) como presidente eleito, que ocorreu no mesmo dia. Na baderna, um grupo incendiou ao menos 14 veículos, entre carros de pessoas que nada tinham a ver com a situação, e dois ônibus. A via W3 ficou fechada por duas horas.