Petrobras, Shell e Ipiranga dominam mais de 70% de distribuição dos combustíveis no Brasil – e a petroleira também controla 90% da fabricação, daí definir preços que saem da refinaria e impactam nos postos.
O trio de distribuidoras aumenta o preço até chegar às bombas de suas próprias redes – além de os postos ainda adicionarem centavos preciosos no valor final.
Em 2017 a Shell, Ipiranga e Petrobras venderam quase 100 bilhões de litros de combustíveis em seus 25 mil postos no País.
O negócio é tão lucrativo que que só a Petrobras, Shell e Ipiranga faturaram ano passado perto de R$ 172 bilhões com venda de combustíveis. O lucro líquido das três juntas ultrapassou R$ 7,4 bilhões.
Cedendo ao lobby das três grandes, a Agência Nacional de Petróleo tem culpa na praça com essa crise de abastecimento atual. Artigo 11 da Portaria 116 da ANP de Junho de 2000 vetou a comercialização de produtos de diferentes varejistas nas bombas.
Até 1998, os postos podiam comprar de várias distribuidoras, a que fizesse melhor preço. Agora, o poderoso trio controla o mercado e o preço. Aos holofotes, as empresas silenciam sobre o assunto.
Atualização sexta, 25, 18h33 – Mais cedo publicamos equivocadamente que a Ipiranga era controlada pela Petrobras, Ultra e Braskem. É controlada apenas pelo grupo Ultra. A Braskem comprou a parte apenas de petroquímica do grupo Ipiranga há 10 anos. A Petrobras adquiriu parte da rede de postos da Ipiranga e a trocou para bandeira BR.
A assessoria da Plural, grupo de distribuidoras que também representa a Ipiranga, informa que não faz lobby na ANP e que as suas empresas “seguem as mesmas normas que todas as outras, sem distinção”. E que há “150 distribuidoras e o preço é livre”.