O afago do presidente Michel Temer a prefeitos em ano de eleição nacional não ficou só na promessa.
Em tempos de crise na Segurança Pública em capitais e missões demandadas do Exército, ele decidiu tirar R$ 2 bilhões de dotações de emendas parlamentares para o Ministério da Defesa, da Educação e da Saúde para incrementar o Fundo de Participação dos Municípios.
O cancelamento foi publicado no Diário Oficial pela Lei 13.633, que abriu crédito extraordinário para os alcaides endividados.
Houve exceções. Salvaram-se, no bojo das emendas, as verbas para a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), o que mostra força do general Sérgio Etchegoyen, chefe do Gabinete de Segurança Institucional.
De novo, demandas antigas ficarão no papel. Cortou-se a implantação de Batalhão do Exército em Sinop (MT), na floresta amazônica, e a do Colégio Militar de Belém.
As Forças Armadas também perderam. Só o Exército deixará de receber, nesse redirecionamento, R$ 106,4 milhões. O Sisfron do Paraná, na tríplice fronteira, continuará no papel: perdeu os R$ 60 milhões esperados.
A Marinha ficará a ver navios. Perderá emendas de R$ 104 milhões. A Aeronáutica terá pequena turbulência: menos R$ 34,2 milhões prometidos pelo Congresso.