A ida da presidente Dilma Rousseff ao Espírito Santo ontem, para sobrevoo nas áreas atingidas pelas chuvas recentes, esconde um problema maior ali perto, na divisa entre os estados de Minas e Rio.
Cidades da Zona da Mata mineira e do Noroeste Fluminense estão debaixo d’água porque o governo de Minas não realizou obras de R$ 300 milhões, com verbas do PAC, anunciadas há dois verões.
Os projetos das prefeituras atrasaram em alguns casos, e em outros o governo não liberou a verba. Elas envolvem como prioridade a construção de barragem em Miraí (MG) para segurar a cheia do Rio Preto, que poucos quilômetros depois se une ao Rio Glória e forma o Rio Muriaé, que deságua em Campos, Norte do Rio.
Pelo trajeto, o rio banha mais de vinte cidades, cujo volume subiu nos últimos dias e deixou cidades em estado de calamidade.
O problema na região vem de exatos sete anos, quando rompeu uma barragem de minério em Miraí, o que levou bauxita e lama a assorearem os dois rios na região.
Enquanto evitou sobrevoar a região supracitada, a poucos quilômetros do ES, Dilma blindou, involuntariamente, a incompetência das prefeituras e do governo mineiro.