Não foi apenas o helicóptero apreendido pela Polícia Federal que voou com verba do Senado.
A Casa Alta bancou voos do avião do senador Zezé Perrella (PDT-MG) desde a sua posse. De Agosto de 2011 a Abril deste ano, o senador usou R$ 70 mil da verba indenizatória para abastecer de querosene seu King Air C-90, prefixo PT-WNW, pelo qual viaja pelo País em agendas particulares e oficiais.
Segundo sua assessoria, o senador vendeu a aeronave, mas fontes de Minas indicam que ele ainda possui o avião. Procurada, a Agência Nacional de Aviação Civil não quis revelar o proprietário do avião.
Durante dois anos, Perrella comprou querosene da Marlin Azul Combustíveis, no Aeroporto da Pampulha, centro de Belo Horizonte, onde ele estacionava o avião. O Senado pagou R$ 70.637,54 em reembolso da verba indenizatória.
Depois que compraram o helicóptero, os Perrella passaram a abastecer a aeronave, também com cota de indenização do Senado, pela Pampulha Combustíveis, no mesmo aeroporto.
O filho do senador, deputado estadual Gustavo Perrella (SDD-MG), também usou R$ 14 mil da verba da Assembleia – onde empregava o piloto-fantasma – para querosene do aparelho. A Mesa Diretora da ALMG determinou ao Conselho de Ética investigar o emprego do piloto e o pagamento do querosene para eventuais voos particulares.
O helicóptero R66 flagrado pela PF com 442 kg de cocaína no Espírito Santo deve ir a leilão assim que se encerrar o inquérito, em 30 dias, diz à Coluna o delegado federal Leonardo Damasceno que conduz o caso e investiga se a família tem ligação com a droga.