Na mesma semana que a equipe econômica da presidente Dilma Rousseff anunciou corte de R$ 69,9 bilhões no Orçamento da União, prevendo aperto financeiro para todos os programas – inclusive os sociais – a Fazenda iniciou a ocupação de um edifício moderno de 14 andares em Brasília como nova sede da sua Procuradoria Geral, pelo qual vai pagar R$ 1,4 milhão por mês de aluguel.
O primeiro aluguel já foi pago este mês, e o valor é com desconto para os primeiros 24 meses – cujo valor do contrato passará após esse período para módicos R$ 1,82 milhão, confirma a assessoria da PGFN. O edifício acaba de ser construído pela Confederação Nacional de Comércio, Bens e Serviços (CNC).
Pelo visto, rodando o Plano Piloto da capital, o cidadão pode conferir que ministros e diretores de órgãos ligados diretamente à Presidência da República esnobam o esforço de Dilma Rousseff e equipe econômica para cortar custos, e mantêm aluguéis milionários às custas da União.
É assim com Fundação Nacional do Índio, Ministérios da Pesca e da Integração, e a Procuradoria da Fazenda, para citar os principais casos. Os órgãos deixaram antigas sedes, onde tinham condições de funcionamento, para ocupar luxuosos edifícios recém-construídos.
A Funai ocupou há meses um prédio envidraçado de 14 andares. O prédio luxuoso passa longe em estética às ocas das tribos que deve atender. O vizinho Ministério da Pesca já trabalha para devolver o prédio, cujo contrato de R$ 500 mil foi fechado na gestão Ideli Salvatti – depois dela outros três ministros ocuparam a pasta.
Embora ocupe o bloco E da Esplanada, a Integração mantém há três anos parte de suas secretarias no Edifício Celso Furtado, de três andares, na Asa Norte de Brasília, também semi-novo, pelo qual paga R$ 873.969,70. Teve reajuste significativo: há dois anos eram R$ 750 mil/mês.
A assessoria da Integração informa que o contrato vai até outubro de 2016, e que já avisou à Secretaria de Patrimônio da União que procura prédio do Governo para ocupar.