A escolha do senador governista Rogério Carvalho (PT-SE) para relatar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem do Senado foi resultado de duas articulações: do bloco de parlamentares que não querem que o colegiado seja usado como palco para interesses políticos regionais; e do Palácio do Planalto, que atuou para evitar que Renan Calheiros (MDB-AL) tivesse palanque para atingir o grupo político do presidente da Câmara dos Deputados, seu rival Arthur Lira (PP-AL).
As relações do Palácio com Lira já estão melindradas, e Lula não quer mais crise no Congresso. O presidente da CPI que vai investigar os danos ambientais causados em Maceió pela empresa petroquímica, Omar Aziz (PSD-AM), justificou a escolha afirmando que, com o senador Rogério Carvalho na relatoria, a comissão poderá ter “uma relação isenta de pessoas ligadas a Alagoas”. Irritado e vencido, Calheiros decidiu deixar a composição da comissão.