Maior evento de prefeitos do Brasil, a Marcha organizada pela Confederação Nacional dos Municípios em Brasília reúne perfis tão distintos de administradores quanto de partidos. São mais de 3,5 mil filiados dos 5 mil prefeitos do País.
A crise é geral, e os mandatários desembarcaram na capital atrás de verbas de parlamentares para obras, ou simplesmente orientações para sair do atoleiro.
Um pequeno retrato do Brasil pode ser conferido neste caso: o prefeito de Porto da Folha (SE), Albino Tavares (PSD), ameaça entregar o cargo. Herdou do antecessor opositor, do PT, folha de pagamento de 86% da arrecadação e cofres quase vazios. A arrecadação local com ISS e IPTU é irrisória, e a cidade depende em especial do repasse do Fundo de Participação dos Municípios, que caiu significativamente.
Algino apelou por socorro ao presidente do Tribunal de Contas do Estado, Carlos Pinna, que fez um diagnóstico técnico a seu pedido. Descobriram que a situação é muito pior do que a relatada pelo alcaide.
Apesar de não ser competência do TCE, o presidente detalhou as contas. ‘Acho digna a atitude dele porque pediu com humildade e mostramos que podemos ajudar’, diz Pinna.
O prefeito já demitiu 120 comissionados e conseguiu baixar a folha para 78%. ‘Esses oito pontos percentuais podem parecer pouco, mas já fizeram diferença’, relata Albino.
CONVIDADO
Ao contrário dos anos anteriores, quando a estrela do encontro foi a presidente Dilma, o presidente Paulo Zilkoski não quis arriscar (nem ela). O convidad0 para discursar no encontrão dos munícipes ontem foi o senador e presidenciável Aécio Neves (PSDB-MG).