No mesmo dia em que – pela manhã – o presidente Jair Bolsonaro foi flagrado em vídeo dizendo que o presidente do PSL – seu partido – está “queimado”, Luciano Bivar reuniu de noite desta terça (8) as bancadas do partido no Senado e Câmara para ouvir do ministro da Justiça, Sérgio Moro, sua defesa da tramitação do pacote Anticrime que altera o Código Penal e endurece penas.
O encontro estava agendado há dias, no Restaurante Lake’s, que foi fechado para o grupo. Mas a terça-feira foi de constrangimento e bombeiros em ação para apagar o incêndio causado por Bolsonaro.
Moro está numa maratona com bancadas para convencer congressistas a aprovar o pacote ainda este ano. Porém ministros palacianos estão preocupados. O PSL tem 3 senadores e 53 deputados. Alguns insatisfeitos com o Governo, e a fala de Bolsonaro rachou o partido.
Making of
Durante a manhã, na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro topou fazer um vídeo self com apoiador do Recife, que citou o PSL e Bivar fortes com o presidente. No que ouviu: “Oh, cara, não divulga isso, não. O cara (Bivar) está queimado para caramba lá. Vai queimar o meu filme também”.
Bolsonaro há meses já indica que pretende deixar o partido. Há esforços de aliados próximos para buscar uma saída honrosa para 2020.
A Coluna antecipou dia 24 de abril que o presidente pretende sair do PSL, insatisfeito com a condução da legenda. Ele já conversa há meses com Adilson Barroso, do Patriota – partido pelo qual quase se filiou em 2018 na pré-campanha.
O PRONA pode ressurgir das cinzas como opção. Já o bolsonarista Luciano Hang, dono das lojas Havan, quer criar partido, revelamos dia 26 de agosto.
Quase Patriota
Bolsonaro e os filhos – e uma leva de militantes – planejavam se filiar ao Patriota ano passado. O partido (ex-PEN) comandado por Adilson Barroso chegou a veicular imagens de Bolsonaro na TV em inserções dos partidos na antes da campanha, mas a negociação não deu certo.
Gustavo Bebbiano, à época escalado por Bolsonaro para articular a filiação, não se entendeu com Barroso. Bebbiano , segundo Barroso contou à Coluna ano passado, queria o controle do Patriota e todos os cargos da Executiva nacional para a família Bolsonaro e para si. Barroso não cedeu e o grupo migrou para o PSL de Bivar.