Os defensores do chamado PPCUB, que nas mãos de mandatários tornou-se um plano de expansão imobiliária avalizada por decisão política camuflada no eufemismo de regulamentação urbana em Brasília, estão espalhando que há desinformação sobre o recém-aprovado na Câmara Distrital de Brasília. Balela.
O Plano de Preservação do Conjunto Arquitetônico de Brasília, essencial sim para organização urbanística, há quase 20 anos virou instrumento político de diferentes Governos para atender a ganância especulativa do bilionário setor na cidade. Aos poucos vem descaracterizando Brasília destinando áreas verdes para construções.
Não é diferente desta semana. Tão açodado e encomendado que foi apresentado em março deste ano, num projeto de 1.000 páginas, e já aprovado. Hotéis de 3 andares agora podem subir mais 10 pisos – sem qualquer avaliação de impacto de trânsito. Sem contar as áreas do cerrado ainda preservadas na beira do Lago e na futura quadra 500 Sudeste, entre o Palácio Buruti e o QG do Exército.
Enquanto classes de historiadores, arquitetos, e sociedade defensora do Plano original de Brasília lamentam de mãos atadas – ou sem votos e representantes suficientes na CLDF – estes incentivam o discurso de defesa numa fake news elegante acusando os críticos de desinformação. Outra balela.
Brasília está em desconstrução acelerada. As tradicionais grandes descampados verdes das entrequadras nas Asas Norte e Sul, onde famílias se divertem diariamente, estão na mira para os próximos anos. Mas o camburão também pode vir na mesma velocidade.