Uma das linhas de investigação sobre a série de queimadas nas áreas rurais do Estado de São Paulo é uma suposta retaliação da facção PCC ao forte combate do Governo Tarcísio de Freitas à lavagem de dinheiro do grupo no setor de combustíveis.
Como notório – e a Coluna tem divulgado isso – recentemente o MP Paulista, a Justiça e a Agência Nacional de Petróleo cercaram os donos da refinaria Copape, a quarta maior do país, que estaria nas mãos da facção.
O MP denunciou a lavagem de dinheiro, a Justiça tornou os donos réus e a ANP cassou sua licença. Isso fechou o duto dos combustíveis para os mais de 1.100 postos de combustíveis que a facção tem no País, segundo denunciou o governador Tarcísio de Freitas numa palestra em Nova York.
Com a operação estancada, conforme apurou a Coluna com fontes policiais e do mercado nesta segunda-feira (26), o PCC teria soltado ordem para seus integrantes causarem incêndios em matagais e plantações à beira de estradas para “tocar o terror” e mandar um recado ao Governo.
O foco dos incêndios é justamente Ribeirão Preto, região onde a facção já comprou distribuidoras de combustíveis. Com o cerco judicial, os representantes dessas empresas (laranjas e advogados da facção) não foram recebidos nas mesas de negociações do mercado. A retaliação é evidente, diz uma fonte. E não ficou em São Paulo.
Não por acaso um dos presos em flagrante incendiando mata foi reconhecido por policiais fichado como membro do PCC. Alessandro Arantes foi preso em Batatais (SP), interior Paulista, e já teria revelado o esquema criminoso para autoridades. Aliás, não só em São Paulo. Goiás, DF, Mato Grosso do Sul têm focos criminosos constatados já pela Polícia Federal.
A qualquer momento a Polícia pode trazer à tona mais essa articulação criminosa da facção – ou controlar o fogo e trabalhar o rescaldo com o devido cuidado para cercar judicialmente seus responsáveis em alguns meses.