A Aeronáutica voltou a discutir a desativação das bases aéreas de Fortaleza (CE), Santos (SP), Florianópolis (SC) e a mais famosa, a de Campos dos Afonsos, no Rio de Janeiro. Oficialmente a Força Aérea Brasileira nega, mas veladamente o alto comando estuda um plano antigo, da gestão do então ministro Nelson Jobim: a venda das bases para o setor privado, com o inevitável redirecionamento dos caças para as bases de Anápolis e Brasília.
Se o plano vingar, sob autorização da presidente Dilma e com o cuidado de não deixar os céus desguarnecidos, a Aeronáutica resolve dois problemas de interesse nacional. Reforça o caixa, com o orçamento minguado que faz os militares darem piruetas contábeis para manter a Força, enquanto abre possibilidade para o setor privado investir em terminais, com a demanda crescente para voos comerciais nestas cidades.
E a Aeronáutica não está só neste plano. Com orçamento também pingado, o Comando do Exército não descarta, na esteira do plano Jobimniano, privatizar conhecidos fortes históricos para angariar fundos. São as joias da coroa, os do Leblon, de Copacabana e Leme. Na onda, entra a Marinha, com estudos para a base de Marambaia (RJ) e terrenos de Salvador.
O plano de Jobim é estratégico e uma boa ideia: levantar fundos além do orçamento para reequipar as Forças, otimizar custos e operações. Comenta-se na praça que o esboço, anos atrás, era envolver o UCB – União dos Bancos Suíços, num aporte de US$ 15 bilhões para empresas que disputariam os eventuais leilões das áreas das três Forças. Jobim saiu mas, pelo visto, o plano não.
Colheita eleitoral. Bobos que não são, os tucanos de alta plumagem batem asas para Cascavel (PR) e aterrissam amanhã no Show Rural Coopavel, uma das maiores feiras do agronegócio da América do Sul.
O presidenciável Aécio Neves levará a tiracolo o governador Geraldo Alckmin (SP), e ambos serão recebidos pelo governador Beto Richa, o senador Alvaro Dias e o deputado federal Alfredo Kaefer. Só no Paraná, o agronegócio movimentou R$ 38,5 bilhões em 2013 – estimam-se R$ 43 bilhões para este ano.
4G em campo. As operadoras de telefonia no Brasil investiram pesado em 2013 para consolidar a tecnologia 3G de sinal banda larga, e para implantar a 4G – hoje comprovadamente em todas as capitais. Foram mais de R$ 15 bilhões em torres e investimentos afins. Para a Copa, as telefônicas decidiram se unir e cotizar nos investimentos previstos de instalação de bases móveis dentro das arenas. Ou seja, os torcedores podem ficar tranquilos que terão acesso à internet e boa transmissão de dados para postagens nas redes sociais. Além dos profissionais de imprensa, que poderão transmitir suas reportagens e fotos de dentro dos estádios com mais facilidade. Assim espera a Anatel..
Ponto final. Findo o recesso parlamentar, a Coluna retoma o seu tradicional formato de notas a partir de Terça-feira.