Nos bastidores do Congresso, a roda não para, um dos nomes mais influentes da elite partidária brasileira articula um movimento silencioso, mas ambicioso: assumir o controle da presidência dos Correios. Oficialmente, o discurso é técnico. Mas nos bastidores, a verdadeira meta tem outro endereço — o cofre bilionário do Postalis.
Com bilhões sob gestão e participação acionária em centenas de empresas, o fundo de pensão dos carteiros voltou a chamar atenção de quem já viu de perto o poder da caneta. Mesmo após anos de escândalos e prejuízos que deixaram cicatrizes no fundo, a atual gestão conseguiu impor certo grau de estabilidade. Isso, no entanto, está prestes a ser testado.
Segundo fontes próximas ao núcleo político, o líder partidário quer mais do que um cargo. O plano é usar as participações societárias do Postalis para interferir diretamente em assembleias de empresas privadas. A ideia é simples — mas perigosa: infiltrar representantes que possam tumultuar votações, forçar negociações e, com isso, fazer valer interesses pessoais e políticos.
O modelo lembra uma prática consagrada — e temida — nos bastidores corporativos japoneses: a dos grupos ligados à máfia Yakuza, que compravam pequenas participações em companhias listadas para chantagear executivos e pressionar decisões. Agora, no Brasil, o expediente parece ter ganhado uma versão adaptada — com selo partidário e fundo de pensão público como veículo.