Numa conversa com a presidente Dilma Rousseff, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, avisou que mudará toda a direção da Casa da Moeda, depois da demissão de Denucci. Mas quem escolherá os novos diretores é o secretário-executivo da Fazenda, Nelson Barbosa, muito próximo de Dilma desde que ela era ministra da Casa Civil.
Barbosa tem exercido papel fundamental nos bastidores da Fazenda, é querido e elogiada pela presidente nos gabinetes do Palácio do Planalto e se expõe muito pouco, ou nada. A sombra de Guido Mantega torna-se, aos poucos, a eminência parda do ministério, e despacha tantas vezes com a presidente quanto as visitas de Mantega ao terceiro andar. Em muitos casos, Barbosa é recebido a sós por Dilma Rousseff.
Tanta intimidade e confiança incitam a imprensa e interlocutores da presidente a indicar Nelson Barbosa como o natural sucessor de Guido Mantega caso o ministro deixe o governo motivado por algum evento, pessoal ou profissional.
Na mira da oposição no Congresso, por conta do ‘Denuccigate’ e dos suspeitos US$ 25 milhões em contas em paraísos, Mantega é ajudado pela ministra Ideli Salvatti, das Relações Institucionais, que convocou os líderes da base no Senado para evitarem a convocação do ministro à Casa Alta para se explicar. O governo teme não por Mantega, mas principalmente por uma instabilidade no mercado caso ele seja exposto.
Líder do PMDB, o senador Renan Calheiros (AL) disse ontem que a convocação de Mantega não passaria no Senado. A conferir.