A tentativa do Ministério da Saúde de fazer licitação para compra de imunoglobulina só com empresas nacionais terminou em fracasso por causa de um escancarado cartel. O chamado “Clube”, grupo de empresas que dominam o fornecimento de hemoderivados no Brasil, fez todas as ofertas 50% acima do preço máximo fixado pelo Governo, que assim desistiu da compra.
O fracasso do pregão só com empresas nacionais, uma exigência avalizada neste caso pelo STF, aumenta o risco de desabastecimento da imunoglobulina, um medicamento essencial para pacientes com Aids e síndrome de Guillain-Barré.
O pregão foi reaberto quinta-feira e a intenção do Ministério da Saúde era comprar 817.067 frascos de imunoglobulina com o “preço máximo aceitável” de R$ 1.028,19. Empresas nacionais ofereceram o medicamento com preços entre R$ 1.474 e R$ 2.100.
Agora, haverá uma compra emergencial e para estrangeiras também, o que leva ao favoritismo da chinesa Nanjing, que já vende para o MS a R$ 980 o frasco.