O investigado inicial era o doleiro Fayed Traboulsi, um dos mais conhecidos do País, mas a Operação Miqueias descobriu um séquito de caciques políticos nas ramificações e as investigações se desdobraram em duas. A que ocorreu há poucos dias mirou os golpes nos fundos de pensão das prefeituras e prendeu os bagrinhos. A segunda fase de investigação foi transferida para a PF de São Paulo e mira evasão de divisas de figurões, entre eles ex-governadores, senadores e deputados ligados a Fayed. O estrago está feito.
Ponta do iceberg. A delegada Andrea Pinho estava certa na coletiva, quando falou em ‘ponta do iceberg’. Os fundos de pensão municipais operados por Fayed têm R$ 600 milhões em reservas.
Amostra. A bolada operada foi só de R$ 50 milhões. A quadrilha presa, com os pastinhas, teria ficado com R$ 5 milhões – destes, metade repassada a servidores corruptos.
Modelo$. A modelo Luciane, ex-amiga de Fayed e ‘aliciadora’ de prefeitos, teria faturado R$ 100 mil em comissões em um ano. Outra, Alline, não teve sucesso no lobby do charme.
Os nomes. O inquérito da PF lista os nomes da quadrilha: ‘A Invista Investimentos Inteligentes tem Fayed, Dudu e Toledo’ (o policial civil aposentado, também ligado ao Mensalão do DEM) como donos. Os lobistas são Manoel Felipe, Alline, Samuel, Marden, Emerson e Idailson. Pastinhas: Ricardo Cristo, Luciane, Almir, Isabela, Fernanda e Cynthia.
Sem prestígio. Os federais ficaram surpresos com o amadorismo do grupo de Fayed. O único figurão na Micheas, por ora, é o procurador da Fazenda Manoel Felipe Brandão. Sua missão era abrir portas nas prefeituras do Piauí, mas não teve sucesso. Era sempre esnobado.