Os militares decanos estão apreensivos. O ex-delegado do DOPS Cláudio Guerra, que acaba de assumir o assassinato de cinco militantes de esquerda durante a ditadura, depôs ontem em Vitória (ES) para procuradores do Ministério Público Federal de São Paulo e de Campos (RJ). Ele diz que pode convencer pelo menos mais oito policiais contemporâneos a corroborarem o que revelou e a contribuírem para as investigações de desaparecidos políticos, inclusive na Comissão da Verdade. Guerra está ameaçado de morte, mas se nega a aderir ao programa de proteção a testemunhas.
Esquadrão da morte
O ex-delegado, que ajudou a sumir com 12 corpos, diz que os potenciais colaboradores são dois agentes de Minas, um do Rio, três do Espírito Santo e dois de Campos.
Fato consumado
Hoje evangélico, Guerra é protagonista do livro ‘Memórias de uma guerra suja’, de Marcelo Neto e Rogério Medeiros, que será lançado hoje no CCBB de Brasília.
Horror
Os relatos de Guerra são chocantes. Envolvem conhecidas figuras nacionais com os militares e torturadores; revela que incinerou corpos em fornos numa usina de Campos.