A Ignite, marca líder no mercado ilegal de cigarros eletrônicos no Brasil, ganha cada vez mais palco e visibilidade ao adentrar com seus produtos no País. O ponto alto do momento é a vodka de mesmo nome do dispositivo eletrônico proveniente do contrabando, que está entrando no Brasil e patrocinou o show de Gusttavo Lima no sábado, na fazenda do cantor em Goiânia.
A tática usada abertamente é a de persuasão e sedução do seu público por meio de marketing indireto, com uma ação impulsionada por influencers e celebridades, ferindo deliberadamente uma das principais normas estipuladas pela Anvisa na resolução 855, decretada em abril deste ano, que proíbe a “divulgação do nome de marca e elementos de marca de dispositivos eletrônicos para fumar ou da empresa fabricante em produtos diferentes dos derivados do tabaco”.
Pelo palco que o produto vem ganhando, parece que também essa regra funciona somente no papel e o comércio ilícito segue avançando e livre para agir como bem entender. Se houvesse uma regulamentação com regras rígidas de comercialização e fiscalização, esse tipo de empresa seria proibida de operar no Brasil e a Ignite, por exemplo, não teria essa liberdade de patrocinar eventos impunemente.
Em resposta à reportagem, a Anvisa informou que “A legislação sanitária proíbe a vinculação das marcas de DEF a outros tipos de produtos. A Lei nº 9294/96 proíbe o patrocínio de atividade cultural ou esportiva vinculados a qualquer produto fumígeno”, e complementou que “situações específicas precisam ser avaliadas considerando o caso concreto. Por fim, cabe destacar que é sempre de grande importância que a denúncia seja enviada à Anvisa para que se proceda ao tratamento correto, iniciando pela apuração dos fatos narrados”.
Já a assessoria do cantor informou que “O evento em questão realizado no dia 31 foi oferecido pela empresa (Ignite Spirits) para comemorar a entrada no País. Na ocasião, não houve show do cantor e sim o anúncio do nome dele como Embaixador dessa marca de bebidas no Brasil”.