Exatos três anos após a aparição de manchas de óleo e piche em centenas de praias de Estados do Nordeste, a região voltou neste fim de semana a reviver o problema ambiental. Moradores e turistas de praias de Pernambuco, Paraíba e do Sul da Bahia fotografaram manchas na areia.
Algumas das praias onde a maré levou à areia manchas e piches ficam em Porto Seguro, no Sul da Bahia. Turistas de Arraial D’Ajuda, e das praias de Jacumã e Espelho – uma das mais exclusivas do País – relataram o material. Na Jacumã, uma turista filmou um tanque em decomposição bem enferrujado, que indica ser de um navio. Moradores do local citam que ele está aterrado pela areia há mais de 20 anos, e trata-se de um tanque com espuma expansiva usado para ancoragem de apoio a embarcações. Sem qualquer ligação com o óleo, portanto.
A Marinha já foi notificada no sábado e monitora a costa do Nordeste para investigar a origem do óleo. As manchas de óleo que apareceram em centenas de praias foram registradas entre agosto de 2019 e março de 2020. As investigações da Marinha do Brasil e da Polícia Federal apontaram que o óleo foi oriundo de um cargueiro de bandeira grega – não se sabe se atirado propositalmente ou de vazamento. A PF indiciou por crime ambiental os responsáveis pela empresa no Brasil e notificou as autoridades gregas.
Informações da Agência Brasil citam que, segundo a PF, foram encontradas manchas de óleo nos anos de 2019 e 2020 em mais de mil localidades, em 11 Estados litorâneos. Apenas os custos arcados pelos poderes públicos federal, estadual e municipal para a limpeza de praias e oceano foram estimados em mais de R$ 188 milhões, estabelecendo-se assim um valor inicial e mínimo para o dano ambiental.