Além de não encontrar quem queira assumir o mega pepino da Previdência, o presidente Lula da Silva segura Carlos Lupi no ministério por questões de governabilidade. Não é hora de perder votos preciosos, diante de um Congresso ainda com fortes nomes bolsonaristas.
Lula precisa do apoio do PDT, o partido mais fiel da base nas votações de pautas do Governo depois do PT. São 17 deputados e três senadores. Pedir um nome ao partido para substituir Lupi é tiro no pé, porque o ministro controla a bancada e a legenda desde a morte de Leonel Brizola.
Lupi trabalhou estes anos todos consolidando seu poder na presidência da sigla e elegendo delegados afinados com sua agenda, saindo-se eleito presidente nas convenções. Lupi é o manda-chuva da legenda e não há plano B.
A não ser que Lula queira correr o risco de tirar o partido da Previdência. A pasta lida com um eleitor que, a despeito da não obrigatoriedade do voto, faz questão de votar: o aposentado. Daí o tamanho da crise para Lula e os mandatários do PDT.