O ex-presidente Lula iniciou sua campanha na tentativa de voltar ao Palácio do Planalto em 2018, apesar da saúde em recuperação.
Numa nova Caravana pelo País – desta vez política-pessoal – pretende visitar aliados potenciais com a justificativa de segurar a base governista da presidente Dilma – a quem tem criticado veladamente.
O ex-presidente vai afagando antigos aliados na rota. Foi assim ao visitar Sérgio Cabral, o governador Pezão e o prefeito Eduardo Paes no Rio.
Ocorre que na outra ponta, ao lado de Dilma, literalmente, cresce a figura do chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que também vai pleitear junto a ela – que tem a caneta e o Poder hoje – e ao PT o seu nome para disputar a sucessão.
O clima entre Lula e Mercadante é de desconfiança mútua. Enquanto Mercadante trabalha discreto, e forte, Lula na mesma intensidade, e em rodinhas, critica a equipe de Dilma e a articulação – um recado direto para ela e o chefe da Casa Civil.
Mercadante tem controlado todo o Governo e indicado nomes de sua confiança para cargos importantes. Todos os ministros do novo governo Dilma passaram pelo seu crivo. Tem se tornado assim um José Dirceu 2.0 – sem um mensalão, evidentemente.
Quer emplacar, para um exemplo, Edinho Silva, tesoureiro da campanha de Dilma, no comando da Autoridade Pública Olímpica (APO). Será boa vitrine para desfilar com o eventual sucesso das Olimpíadas após 2016.
Hoje, Lula não manda mais no Governo nem em Dilma, mas ainda é o manda-chuva do PT e o nome quase unânime para uma futura disputa presidencial, a depender de sua saúde.