Baixo, médio ou alto clero, todos os políticos se transvestem em ano eleitoral. Acostumado com grandes articulações e temas nacionais, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tem deixado o conforto dos palácios e da residência oficial à beira do Lago Paranoá, região nobre de Brasília, para colocar o pé no barro. Dias atrás, o deputado esteve em Teotônio Vilela, no Povoado de Sucupira, entregando tratores e implementos para os agricultores familiares.
Os maquinários agrícolas estampavam a marca Codevasf, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba, onde o primo de Lira, João José Pereira Filho, dá as cartas.
Joãozinho, como é chamado, mantém bem lubrificada a engrenagem que beneficia prefeitos aliados com verbas milionárias do orçamento secreto. Qualquer semelhança com a ficção – O Bem-Amado, de Dias Gomes – não é mera coincidência.