Uma triste surpresa na nova lista do “trabalho escravo” nas lavouras, do Ministério Público do Trabalho e do sindicato dos fiscais, caiu como bomba na Souza Cruz e a Philip Morris, as maiores cigarreiras da América do Sul. De abril a setembro, a indústria do fumo foi um dos setores com mais lavradores resgatados, com 76 trabalhadores segundo levantamento do portal Repórter Brasil com dados do MPT.
A Souza e a Philip, que controlam o mercado nacional e se vangloriam de pagar bilhões de reais em impostos, se escondem no bojo da Abifumo, associação que criaram, quando o assunto é delicado. A Souza, aliás, tem determinação interna de evitar responder a Coluna, orientação de um consultor terceirizado de Brasília.
Um desespero velado segue nos corredores para que assunto não chegue à British American Tobacco, em Londres, proprietária da Souza e que preza por rígido compliance com fornecedores.
A Abifumo não quis detalhar quais procedimentos têm para fiscalizar as lavouras no campo. Em nota à reportagem, resumiu que “todas as etapas da cadeia produtiva são monitoradas por meio de um rígido controle, sendo realizada de forma periódica (…), com ampla participação dos órgãos competentes”. Não é o que parece.