A caserna está inquieta com o Governo, e os ecos reverberam nos altos gabinetes das Forças Armadas. Há um embate velado entre o Palácio e os militares que remete, na visão dos oficiais, a um propósito político-eleitoral.
O Governo articulou para retirar do Exército a tutela do bilionário programa Calha Norte, criado no Governo Sarney para ações sócio-estruturantes nas comunidades ribeirinhas e isoladas da Amazônia. Agora, foi passado ao poder do Ministério da Integração Nacional.
Os militares passam de protagonistas a empregados do ministério, e não há certeza de que haverá o braço forte neste trabalho. O Exército também perdeu para um núcleo de pastas da área social da Esplanada o comando da Operação Acolhida, da entrada – e incessante – de venezuelanos pela fronteira em Roraima.
Nos bastidores dessas duas ações, há desconfiança dos militares de que o Governo do PT não quer protagonismo das Forças para operar eleitoralmente os programas. As eleições de 2026 serão o teste da verdade.