O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), teve apoio de peso de dois Poderes ontem para liquidar a greve dos policiais militares e evitar que Salvador se tornasse vitrine mundial de quebra-quebra e desordem às portas da Copa da FIFA. A presidente Dilma dedicou toda a agenda ao caso, e ficou ao telefone com Wagner. O presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, ligou para o petista e referendou decisão da corte de barrar greve de serviços essenciais como segurança pública. Dilma tem seus motivos políticos também. Ela precisa do estado, quarto maior colégio eleitoral do País.
Agenda 2.0. Por um momento, a presidente esqueceu a crise da Petrobras. Mandou para a Bahia o ministro da Justiça, José Cardozo, e o brigadeiro Juniti Saito, interino da Defesa.
Tropa na rua. A situação ficou tão ruim que a Marinha (Cidade Baixa) e Exército (metropolitana) mandaram mil soldados, cada, para ruas. Setorizaram por bairros o policiamento militar.
Manobra eleitoral. Os PMs iniciaram greve mesmo com acordo assinado. Houve motivação política, diz Wagner. Dois líderes são candidatos a deputado. No fim da tarde a PM recuou.