PF mantém inquérito em JF, e não viu indícios de participação de terceiros. Novo depoimento sigiloso surge a poucos dias de conclusão
Um novo personagem surgiu na investigação da Polícia Federal sobre a tentativa de assassinato do então candidato Jair Bolsonaro em Juiz de Fora (MG), dia 6 de setembro de 2018, com uma facada.
Chamado entre portas apenas de ‘Luciano Mergulhador’, para preservar sua identidade, ele disse que teve contato com Adélio Bispo, o autor do atentado, meses antes do crime em Minas. Segundo Luciano, em conversa informal com ele, Adélio revelou que conhecia o então deputado federal Jean Wyllys, que o visitava e conversava com o parlamentar.
Luciano depôs aos delegados da PF em Florianópolis anteontem. Os investigadores agora querem mais informações detalhadas sobre a eventual ligação ideológica ou política de Adélio com Wyllys – que não está na condição de investigado, apesar de citado. O ex-deputado, que entregou o mandato ao suplente, mora há mais de ano na Alemanha.
Um fato curioso: Outras três testemunhas que tiveram suposto contato com Adélio apareceram esta semana e se mostraram dispostos a depor, confirma uma fonte ligada às investigações e a Luciano.
O que consta notório até hoje é que a PF está prestes a concluir o inquérito e que não encontrou participação de terceiros no atentado, como defendem aliados de Bolsonaro. O novo depoimento ainda será analisado pelo delegado que comanda o inquérito.
Proteção
Luciano Mergulhador impetrou ontem no Ministério dos Direitos Humanos requerimento para incluí-lo no programa de proteção à testemunha. E terá, segundo fontes do Palácio.
Em outra frente do caso reaberto, há um movimento político no entorno da investigação. O senador Marcos do Val (Podemos-ES) apresentou requerimento para convidar o ex-deputado Jean Wyllys a voltar ao Brasil e depor no Senado.