Cinco ex-ministros recentes da Bolívia pediram refúgio político no Brasil. Eles são egressos do governo opositor de Jeanine Añez – que assumiu após a renúncia do presidente Evo Morales, diante das denúncias de fraudes nas eleições que o reelegeram para o quarto mandato.
Eles estão hospedados em hotéis e casas de amigos em Corumbá e Campo Grande (MS), em Rio Branco (AC) e Porto Velho (RO). A situação para eles é tão crítica que até o ex-ministro da Defesa Luis Fernando Lopes Julio, do Exército, fugiu para o Brasil.
O novo presidente eleito é Luiz Arce, aliado de Evo, e quer julgá-los. Os ex-ministros acusam o Governo de perseguição com argumentos de que deram golpe de Estado.
As ex-autoridades bolivianas já deram entrada no pedido de refúgio nas Superintendências Regionais da Polícia Federal nas capitais dos Estados onde estão. Procurado pela Coluna, o Ministério da Justiça informou que não pode revelar “eventuais pedidos ou processos de refúgio, devido ao sigilo previsto em lei”.
Evo renunciou em novembro de 2019, após pressão das Forças Armadas, e declarou que houve “golpe civil, político e policial”. Todavia a Organização dos Estados Americanos, que acompanhou a eleição com observadores estrangeiros, apontou indícios de fraude na reeleição.