A presidente Dilma não foi surpreendida. Ao fim dos cinco minutos de solitária introspecção, na iminência do anúncio do acolhimento da denúncia, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi interrompido por um esbaforido André Moura (PSC-SE), seu fiel escudeiro.
Ele tentou entrar no gabinete, e erguia o celular: ‘Tem um importante telefonema para o presidente!’. Cunha desdenhou: ‘Já decidi! Não quero ouvir mais’.
Na linha estava o chefe da Casa Civil, Jaques Wagner. A proposta é um mistério. Cunha e os ministros palacianos ficaram toda a quarta em contato, sem acordo.
O clima é tão tenso na Esplanada que o líder do PMDB, Leonardo Picciani, deve trocar o Rio por Brasília no fim de semana. Cunha também estuda ficar na residência oficial.