Por Pedro Nonato *
Um recente estudo francês, divulgado pela AFP, atesta que os animais de companhia, como cães e gatos, também sofrem com a depressão do fim das férias, quando acabam-se os passeios, as brincadeiras e as viagens.
Com o fim do “dolce far niente”’ e, assim como os humanos, a depressão desse período de diversão e descanso também atinge esses animais: latidos, choro, sapatos e móveis roídos, lixo revirado e xixi no tapete são indícios que devem servir de alerta aos donos sobre o mal-estar de seu bichinho de estimação.
Segundo a especialista em comportamento animal, Aline Aublé, se um cachorro late sem parar e destrói os móveis da casa depois de ter passado férias com seu dono ou com um membro da família, isso quer dizer que ele está sofrendo da falta de companhia e está com depressão do fim das férias.
“Em cada volta das férias, minha gata, Katou, faz suas necessidades na minha cama durante dias”, relata Philippe Uzan, dono de uma siamesa.
“Naná não quer comer e me está me ignorando”, conta Monique Gastinel, falando de sua cachorra, um pastor alemão, que se comporta dessa maneira quando ela retoma o trabalho depois de várias semanas de férias na praia.
“Mas, por favor, não os castiguem!”, pede a especialista. “Mexer com as coisas do dono é a forma do animal manter contato com ele”, acrescenta. “No entanto, os donos devem acostumá-los a ficar sozinho de novo para evitar os latidos incessantes, a destruição e objetos e a falta de apetite”, explica ainda.
Tanto como para os cães, como para os gatos, os profissionais aconselham que os animais sejam ocupados com jogos enquanto os donos estão no trabalho e as crianças na escola.
“Recomendo esconder brinquedos ou ossinhos em diferentes lugares da casa, pois assim os animais podem se manter ocupados uma boa parte do dia”, aconselha, por sua vez, a veterinária Céline Moussour.
Segundo Moussour, para que o animal permaneça com um bom ânimo, é preciso restabelecer os antigos rituais ao menos uma semana antes do fim das férias.
“Os donos devem continuar passeando com seu cachorro de manhã e de noite, mas passeios mais curtos, e devem alimentá-los em horários regulares, como quando estão trabalhando”, explica.
“Quando um gato volta de uma casa com jardim, é preciso deixá-lo dentro de casa durante dois ou três dias para que se acostume novamente ao território e não fuja”, afirma a veterinária.
Como os humanos, os animais também comem em excesso durante as férias, e na volta devem restabelecer hábitos alimentares mais saudáveis.
“É preciso reequilibrar a alimentação dos gatos e principalmente dos cachorros”, afirmam os especialistas.
No entanto, às vezes os transtornos de comportamento dos animais persistem e se tornam recorrentes.
“Se um animal se nega a comer durante vários dias e fica parado em sua casinha, padece de algo mais profundo que a simples depressão do fim das férias. Neste caso, é preciso consultar um especialistas”, recomenda Céline Moussour.
Apesar das dicas e das preocupações das especialistas acima, viajo sem para com meus dois cães, Indy, um Shar-Pei e Spivi, uma Epangnol Breton e nunca nada parecido nos aconteceu.
E no Brasil, será que alguém já passou por algo semelhante?
* Publicitário, colaborador correspondente da coluna em Paris
Crédito da foto da capa – do blog Mundo das Tribos