As seguidas recusas de senadores para presidir o Conselho de Ética do Senado tem um motivo: mesmo com voto aberto no Conselho, pode acabar nas mãos do presidente o voto de minerva sobre o futuro de Demóstenes Torres, e todo o ônus de ser contra ou a favor da cassação.
Famoso em Brasília por promover todo ano a concorrida festa do porco no rolete, o senador de primeiro mandato Waldemir Moka (PMDB-MS) quer assar o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). Ele quer presidir o Conselho de Ética, e Renan, que não quer perder o comando, só tem a ele. Eles se reuniram a portas fechadas ontem várias vezes, e Moka desconversa, mas ambos ganham tempo e tratam. Renan levará o nome ao presidente do Congresso, senador José Sarney, que deve sacramentá-lo. Moka quer vitrine para se candidatar ao governo do MS em 2014.
É questão de honra para Renan, a quem cabe a indicação, o comando do Conselho. Ele não esquece que Demóstenes contribuiu para a sua queda no Senado em 2009.
Se Sarney acolher a demanda, o senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), empurrado para a presidência por força do regimento, completará um dia no cargo.