Por Clóvis Vieira *
Foi o Harvard Club, em Nova Iorque, um clube fechado e exclusivo para os ex-estudantes da Harvard University, no mesmo salão em que o então Presidente Roosevelt assinou a declaração de guerra mundial, o local escolhido para sediar o evento “2013 Brazil Summit”.
Embaixadores, diplomatas, líderes empresariais e executivos reuniram-se para a apresentação e debates sobre negócios, desafios e alternativas para o Brasil no âmbito do cenário internacional que, na atual lógica do cada um por si, corre um tremendo risco de “desglobalização”.
Mas num mundo cada vez mais confuso e complexo, reina a paz, com os EUA sinalizando que manterá sua política expansionista por um longo tempo, a redução dos riscos de ruptura da Zona do Euro, o evento Chipre absorvido pelos mercados, a China crescendo abaixo de 8% a.a. e o Japão injetando liquidez em sua economia.
A lista de palestrantes do evento foi desde o ex-governador do estado de Nova Iorque George Pataki a representantes do BNDES, PETROBRAS, EMBRAER, AIG, TriMAS, BRASSCOM, McKINSEY, até o ex-presidente do Banco Central e sócio da Gávea Investimentos Armínio Fraga.
Foram enfatizados os investimentos no Brasil na área aeroespacial, petróleo e gás e no elevado investimento em inovação para jatos executivos, gerando produtos e soluções para a defesa. Mas as atenções maiores recaíram sobre Armínio Fraga, que deixou claro ser 2013 um árduo ano em todo o planeta e, dificilmente haverá no mundo um crescimento de dois dígitos.
Com a “desglobalização” em curso, com a China se reindustrializando, com os acordos de livre comércio entre a Ásia, EUA e Europa, o Brasil precisa sair da inércia e aproveitar as possibilidades no campo das relações internacionais e mais que nunca, precisa atualizar a sua imagem no exterior, enfim, ter um “place branding”.
Tal situação incomoda o governo brasileiro tanto que, há dois anos, na agenda de sua visita à China, Dilma Rousseff reivindicou uma mudança na qualidade do comércio internacional. Mas a predominância da China nas manufaturas pode levar à desindustrialização em seus parceiros comerciais, daí a grita generalizada dos exportadores brasileiros de prejuízos com a concorrência chinesa.
* Economista, sócio da consultoria Vieira & Rosenberg em Vitória (ES).
1 comentário em “Artigo – Compartilhando o Brasil”
Parabéns, Clovis. Excelente observação, transcrita num artigo nota 10. Merece um tweet.
Meu abraço,
Martha E. Ferreira