Uma operação que começou com a apreensão de um navio pela Receita Federal em Santos revelou mais uma camada da teia que envolve a Copape e seus aliados no mercado de combustíveis. A embarcação, oficialmente vinculada à Dax Óleo e Gás — refinaria baiana — foi retida sob suspeita de interposição fraudulenta. Na prática, a carga não tinha como destino final a Dax, mas sim a Copape, velha conhecida das autoridades.
A Copape é controlada por Mohamad Hussein Mourad, denunciado pelo Ministério Público de São Paulo por lavagem de dinheiro. Segundo o Instituto Combustível Legal, a empresa é apontada como o braço operacional do PCC no setor.
Apesar da suspeita, a Dax conseguiu na Justiça Federal uma autorização para retirar a mercadoria de Santos, alegando que ela seria transportada para a Bahia. Mas o que se viu foi outro roteiro: os caminhões seguiram direto para Osasco, descarregando no endereço da GT Formuladora.
A GT, segundo investigações, opera sem autorização das autoridades e pertence a Himad Abdallah Mourad — irmão de Mohamad. Ou seja: além de mentir sobre o destino da carga, o grupo já estaria operando de forma irregular, com um elo familiar fechando o ciclo da fraude.
Tudo indica que a Dax foi usada como fachada, a Justiça foi enganada, e a Copape segue ampliando seus tentáculos — desta vez, com combustível que saiu pelo porto e foi parar em um galpão clandestino em São Paulo.
A Coluna já soltou que o PCC paulista entrou no ramo de postos de combustíveis na região metropolitana do Rio de Janeiro, para lavagem de dinheiro. Então surgem as primeiras operações da Polícia Civil. Na segunda (14), policiais fecharam postos em Cascadura (Zona Norte da capital) e São Gonçalo, por suspeitas de ligação com a facção.