O poder político e financeiro da mineradora Vale, que controla a Samarco, norteou as palavras medidas e atitudes tímidas da presidente Dilma Rousseff e do governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), sobre o maior desastre ambiental do Estado, com o rompimento da barragem de lama tóxica em Mariana que desce rumo ao Espírito Santo.
Dilma e Pimentel focam o discurso na assistência social e em nenhum momento citam uma letra da Vale ou Samarco, que controlam as barragens da tragédia.
A Vale Energia doou R$ 2,5 milhões para a campanha de Dilma em 2014. A presidente não saiu do Planalto e se resumiu a soltar nota e posts no Twitter.
Beneficiado com R$ 1,8 milhão pela Vale Energia e Vale Manganês, Pimentel fez rápida visita a desabrigados e sobrevoou a área, e não citou nada sobre punição.
Os discursos combinados da presidente e do governador foram de auxílio social às vítimas, e repetir o que todos já viram: é uma grande tragédia.
No Twitter, a presidente Dilma disse que é preciso apurar com rigor as causas e responsabilidades do acidente. Mas não publica o nome da Vale ou Samarco.
A primeira piada surgiu com a tese de que a culpa foi de abalos sísmicos. Em 2006, não houve terremoto no rompimento da barragem Rio Pomba, na Zona da Mata mineira.