A bancada do PDT na Câmara, que votou unida contra o pacote fiscal, com pretexto de respeitar a memória de Leonel Brizola, agora enquadrada pela presidente Dilma empurra a conta para o ministro de seu partido, Manoel Dias, do Trabalho.
Os deputados querem a cabeça de Dias. Liderados por Weverton Rocha (MA) e Ronaldo Lessa (AL) – ambos pretendentes ao cargo – os parlamentares procuraram o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e o vice-presidente e articulador Michel Temer, para pedir a vaga para o grupo.
Um dos fundadores do PDT, o ex-motorista de Brizola na década de 60, está no comando do ministério por indicação de Carlos Lupi, presidente do partido que foi demitido por Dilma.
Na quarta à noite o ministro se reuniu com Lupi e apararam as arestas – Lupi era o porta-voz da bancada na Câmara. Ciente do complô, Mercadante se esforça para contornar a situação, mas ele cobrou unidade no partido. Está difícil.
Apeado do cargo por Carlos Lupi e o ministro Dias, o ex-ministro Carlos Brizola roda Brasília inflamando o ambiente. Esteve com os deputados nos dias das votações.
Com esse fogo amigo contra o ministro, o PDT já é apelidado nos corredores de Brasília como Partido Dá Trabalho.