A Operação Caixa, de abertura do capital do banco estatal, passar pela presidente Dilma e por Lula, e envolve um nome, Miriam Belchior.
A ex-ministra do Planejamento é a mais cotada para assumir a presidência da Caixa Econômica Federal, em lugar do atual presidente Jorge Hereda.
Miriam pediu à presidente Dilma Rousseff para deixar o Ministério do Planejamento. Seria encaminhada ao comando do SESI– o PT deve aposentar no cargo Jair Meneguelli, o sindicalista amigo do peito de Lula – mas numa manobra mais rápida o ex-presidente da República convenceu Dilma a colocar no comando do Sistema S o ex-ministro Gilberto Carvalho, que vai assumir o controle em breve.
A dança das cadeiras não para nisso. Sem emprego, Miriam Belchior estava em segundo plano. O mais cotado para a presidência da Caixa era Jorge Mattoso, o economista formado na Unicamp ex-presidente do bancão de 2003 a 2006, no primeiro governo Lula.
Mas Mattoso recusou o cargo ao saber, em primeira mão, do plano de abertura de capital da Caixa para o mercado. Ele é contra, e deixou isso claro para Lula e Dilma – e discretamente em um artigo publicado há poucos dias, no qual discorre em comparação à gestão tucana com a petista na instituição.
Miriam, então, voltou ao topo da lista da dupla petista que manda no País.
Há algo curioso na abertura do capital da Caixa. Mostra o desespero do governo para reforçar o seu caixa no Tesouro em tempos de crise, enquanto Dilma não ‘corta na carne’ – os custeios do governo continuam altos, com 39 ministérios e milhares de cargos em comissão.
Ela prefere, assim, em vez de economizar, vender o que tem. Cairá desde já numa contradição e no alvo dos rivais do PSDB. Na campanha, Dilma acusava os tucanos de planejar a privatização da Caixa e do BB. Agora, de certa forma, se entrega ao plano para salvar o cofre do País, por ora.
MISSÃO DADA
Embora a assessoria negue, há grande possibilidade de o general Fernando Azevedo e Silva deixar o comando da APO – Autoridade Pública Olímpica, responsável pelo controle e organização dos investimentos federais nos Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro.
O general imprimiu disciplina de quartel general no órgão, empregou muitos militares. Quando entrou, o general chegou a dizer para os aliados e funcionários que ‘missão dada é missão cumprida’. A se concretizar sua saída, a pergunta que fica é como concluir uma missão a um ano do evento. O potencial substituto, corre no Planalto, deve ser Thomas Traumann.
MARCHA NO PARAÍSO
A marcha dos líderes mundiais por Paris, em solidariedade aos mortos no atentado à redação da Charlie Hebdo, mostrou-se um episódio pertinente.
Marchar em uma Paris segura e lotada de agentes policiais contra o terrorismo é fácil, lindo, elegante, romântico. Todos depois vão para os melhores restaurantes abrir champanhes, dar uma passada ao crepúsculo nos cafés para um chá, com vista para a Torre Eifel, e também visitar boutiques na Champs Élysées. Completam a noite em jantares entre amigos nos seus apartamentos de férias no Ilê Saint-Louis, comprados não se sabe com que dinheiro.
Nos últimos dois anos, nenhum desses líderes mundiais reuniram-se para marchar contra o terrorismo e a liberdade de imprensa em Bagdá, Cabul, Damasco ou Cidade do México, metrópoles de países muito distantes de Paris, onde morreram milhares de vítimas do terrorismo, e também algumas centenas de jornalistas.
1 comentário em “Operação Caixa passou por Mattoso e fecha com Miriam”
As diversificadas violências que acontecem em países do chamado terceiro mundo não comovem as “grandes autoridades” das nações desenvolvidas e evoluídas no sentimento humanitário e democrático. Não é de bom alvitre realizar condoídas passeatas em defesa dos direitos humanos e da liberdade de expressão nos países periféricos do mundo. Neles, ao que parece, quem morre, simplesmente merecia morrer.