O líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha, fará nova tentativa de conquistar votos que possam alçá-lo à Presidência da Casa em fevereiro.
Ele prometeu ontem a aliados levar à reunião de líderes nesta terça à tarde o pedido de urgência na votação do PL 1057, do deputado Henrique Afonso (PV-AC).
O projeto fecha o cerco à FUNAI e cobra à entidade posições firmes contra o infanticídio e violência contra mulheres em aldeias indígenas – uma demanda antiga da bancada evangélica, que conta com mais de 70 deputados, da qual o líder faz parte.
Os índios são inimputáveis e os relatos de violência em várias etnias incomodam os parlamentares. ‘Isso é um absurdo’, disse Cunha ao receber relatos.
NEUTRALIDADE
Atualmente, a FUNAI informa que não pode interferir em casos de abuso sexual, pedofilia, maus tratos, estupro, infanticídio, etc porque ‘é a cultura dos índios’.
Há relatos de maus tratos contra os nativos idosos e de casos seguidos de infanticídio – o cacique, por motivações espirituais, decide se o recém-nascido deve viver ou não – e
O abuso sexual de adolescentes é o caso mais corriqueiro, em várias etnias. Há aldeias em que a menina é estuprada por vários homens quando menstrua pela primeira vez.
Em Brasília há 16 crianças de diferentes etnias protegidas pela entidade Atini – Voz pela Vida. Elas seriam assassinadas ou abusadas sexualmente em suas aldeias. Fugiram ou foram salvas por servidores da FUNAI.
CACIQUE QUATRO RODAS
Esse PL sobre a cultura indígena remete a caso tragicômico revelado pela Coluna em setembro de 2013.
Um cacique, cujo filho foi assassinado por um funcionário da FUNAI (também índio), perdeu a mulher, que morreu de desgosto. Ele escreveu carta para a FUNAI dizendo que só uma coisa o salvaria também da morte por depressão e o deixaria feliz: queria ganhar uma Hilux 4×4 zero km, para ajudar a sua aldeia.
A PF e o MPF investigam o caso.
Este é o destaque da Coluna de hoje. Leia a íntegra aqui