Governador de Goiás, berço do agronegócio, e candidato à reeleição com chance de vencer, o tucano Marconi Perillo trocou Aécio Neves pela presidente Dilma Rousseff (PT), e deve apoiá-la se ela for para o segundo turno. Este cenário já estava previsto desde antes da ascensão de Marina Silva.
A traição eleitoral tem dois motivos: Marconi não perdoa o abandono de Aécio durante a CPI do Cachoeira, quando foi bombardeado e Aécio sumiu; e principalmente porque o governo de Goiás negocia com a Eletrobras a venda de 51% da Companhia Energética do Estado, a Celg, em crise financeira.
O governo federal deve aportar R$ 2 bilhões na estatal goiana, para ‘reestruturação’. Mas o esforço de Perillo pode ser em vão. Ontem à noite, por motivos misteriosos, o Planalto travou a negociação.
Energia total. Quem faz a ponte entre Marconi e Dilma é o médico Alexandre Kalil, que cuida de Lula e da presidente em SP. Foi Kalil quem pediu audiência para Marconi mês passado.
Nova tentativa. Dilma só recebeu Marconi no Planalto, como revelou a Coluna, a pedido do médico. Neste domingo, Marconi almoçou na casa de pessoa próxima de Kalil, em Goiânia.
Agora vai. Desde o ano passado Marconi negocia a venda da Celg para a Eletrobras, cuja negociação passa diretamente pelos gabinetes do Planalto. Mas pouco avançava.