Por Pedro Nonato
No sábado passado fui convidado por um casal de amigos para almoçar no La Tour D’Argent e, como sempre, tudo se saiu muito bem já que o local está novamente em ascensão e fico muito feliz com isso porque, além de vizinho, sou seu cliente há mais de 35 anos e fã de carteirinha de seus magníficos salões que proporcionam uma excelente vista do Sena e da Catedral de Notre Dame.
Mas hoje não vamos falar de patos numerados – que esse ano deve bater a casa de 1.200.000 pratos servidos, de estrelas no Guide Michelin ou mesmo ainda de desenhos animados, já que há quem diga que o La Tour D’Argent serviu como inspiração a cenas do desenho animado Ratatouille e que, com isso, recebeu um inesperado impulso publicitário (outros dizem que foi o Taillevent a inspiração do desenho, no que acredito também).
Hoje vamos falar de suas caves, que além de ser a maior de Paris, são das mais completas e famosas do mundo, com pouco mais de 400.000 garrafas avaliadas em milhões de Euros e vigiada 24 horas por dia, 7 dias por semana e são supervisonadas por David Ridgway, que é seu Chef Sommelier desde 1981 e alma dessa adega maravilhosa.
Em 2009, cerca de 18.000 de vinhos de suas caves foram vendidas em um leilão que arrecadou mais de 1.542.000 €, com os dois destaques: uma garrafa de conhaque de 1788, o Clos du Griffier (aguardente), por € 25.000 e um lote de seis garrafas de Romanée Conti de 1988 por € 5.100 (contra uma estimativa de cerca de € 2750) mas não se preocupem porque essa venda representou menos de 4% da sua adega.
Durante a Segunda Guerra Mundial, logo após a invasão e o início da ocupação nazista de Paris, Hermann Göring esteve na famosa adega para fazer seu butim, mas o avô e o pai de André Terrail, o atual proprietário, haviam escondido a maioria do tesouro atrás de paredes falsas que só foram removidas depois do fim do conflito.
Veja aqui um vídeo de David Ridgway apresentando suas caves:
http://www.youtube.com/watch?v=Q_gTW7ZSRlE&noredirect=1