Vem crise aí. Enquanto os integrantes da Comissão Nacional da Verdade fecham o cerco aos repressores da ditadura, os militares convocados comemoram o ‘amadorismo’ do grupo. Um octogenário coronel do Exército, citado em quatro livros como chefe de operações nas guerrilhas urbanas e rural, com mortes e torturas, foi convocado semana passada. Percebeu que a CNV só tinha um livro – o que menos falava dele – base da pesquisa. Saiu de lá e avisou aos militares que a comissão está ‘perdida num amadorismo comovente’ e ‘vai terminar como começou: um grande teatro do absurdo’.
Quepe na mesa. O coronel chegou disposto a ‘manter um diálogo de alto nível’, segundo suas palavras, para tentar esclarecer alguns fatos históricos. Mas não se sentiu provocado.
Papéis de fachada. O militar avaliou que ninguém da CNV leu os livros nos quais ele é citado em operações. Mostraram-lhe papéis ‘de fachada’, informou à coluna.
Provocação. Para os militares convocados, a CNV está ‘sem especialista’ nos temas. A comissão tem 86 assessores contratados para desnudar o passado da caserna.
Nem tanto. Mas não é o que dizem os integrantes da CNV. Apesar do silêncio dos militares, houve avanço nas pesquisas. O grupo entrega relatório até o fim de 2014 para a presidente.