Enquanto o país debate o potencial do pré-sal e energético do governo, uma iniciativa inédita no mundo, bancada pela União Europeia em Minas Gerais, pode revolucionar o setor elétrico no conceito de energia renovável.
Dez municípios do Vale do Piranga, região central do Estado, aderiram a programa incentivado através de uma ONG italiana e o Instituto Brasil, com sede em Viçosa (MG).
O projeto visa transformar dejetos de suínos – cultura forte no Vale – em energia elétrica a partir da instalação de pequena usina que beneficiará agricultores. As instalações serão feitas em 2014, e a artimanha é sigilosa por ora.
A ideia da UE é exportar o modelo. O Brasil foi o foco dos estudos de viabilidade, segundo a ONG, porque há demasiada burocracia e impedimentos nos países europeus.
Quem bancou o projeto pelo Instituto Brasil – ONG direcionada à agricultura familiar – foi um braço da UE chamado Renewable Energy and Energy Efficiency Partnership.
O potencial de energia não é apenas para o campo: ‘O projeto inovador pretende gerar considerável potencial elétrico para as cidades do Piranga’, ressalta o Instituto Brasil.
Como funciona
O leitor se pergunta, naturalmente, como cocô de porco pode gerar energia elétrica. Eis a explicação da ONG, em síntese:
O dejeto do suíno é rico em metano. Por isso, ele é altamente danoso ao meio ambiente e requer uma série de procedimentos ambientais para ser descartado.
Nesse projeto, o dejeto passa por um tratamento químico em biodigestores para retirar o metano. Assim, capta-se o gás metano, que move turbinas térmicas que vão gerar eletricidade. O dejeto, após o tratamento, fica completamente inofensivo ao meio ambiente.
A ideia não é nova sobre captação do metano – faz-se isso para gás em térmicas em alguns lugares do mundo -, mas é inédita no projeto de gerar eletricidade a ponto de beneficiar a população de diversos municípios, como é o caso do piloto do Vale do Piranga em Minas.
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