O resgate do senador boliviano Ricardo Molina na embaixada do Brasil em La Paz, confinado havia 452 dias, com ajuda da diplomacia brasileira, foi um troco no presidente Evo Morales. Ele ensaiou retaliação, mas recuou. A despeito da queda do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, nos corredores do Planalto e Itamaraty lembram que Morales desrespeitou o Brasil por duas ocasiões. Expropriou uma refinaria da Petrobras, num calote financeiro contra o governo Lula – que nada fez. E mandou revistar um avião da FAB na Bolívia, humilhando o ministro da Defesa, Celso Amorim.
IMPOTÊNCIA. Nos dois casos, o governo agiu impotente. Em 2006, Lula afagou o boliviano numa reunião do Mercosul. E o Itamaraty soltou nota secreta de repúdio no episódio do avião.
CÃES NA CABINE. A revista do avião de Amorim, com cães farejadores, como revelou Cláudio Humberto, era por suspeita de ele transportar o senador Roger Pinto Molina, agora livre no Brasil.
SETE ANOS. A Petrobras só voltou a investir na Bolívia no início deste ano, ao vencer licitação para explorar gás, sete anos depois a humilhante expropriação da refinaria.