Por Pedro Nonato *
Dia 19 completaram-se 215 anos que Napoleão partiu do Porto de Toulon – acompanhado por navios de Gênova, Ajaccio e Civitavecchia – para a Campanha do Egito, com mais de 400 navios, cerca de 40.000 homens e 10.000 marinheiros numa expedição que era, além de uma portentosa campanha militar, também uma notável expedição científica já que junto com o exército francês foram numerosos historiadores, botânicos e desenhistas para redescobrir e estudar as riquezas do Egito.
Neste ano de 1798, o ainda General Napoleão Bonaparte (1769-1821) havia percebido que a França não teria nenhuma possibilidade de invadir a Inglaterra e por essa razão Napoleão planejava derrotá-la no setor econômico.
Como a base da economia inglesa eram suas colônias, das quais a Índia era a mais importante, o plano era exatamente bloquear este caminho, desmantelando assim a principal rota de comércio da Inglaterra e que passava justamente pelo Egito.
Bonaparte alegou, como pretexto para invadir o Egito, que queria garantir, por todos os meios, o acesso seguro dos peregrinos muçulmanos a Meca porque, segundo ele, a França seria “amiga dos muçulmanos e da religião de Maomé”.
Em 18 de julho, suas tropas chegaram ao Cairo após vencer os mamelucos na famosa Bataille des Pyramides onde seus exércitos sofreram pesadas perdas e, onde em meio ao fogo cruzado, os disparos dos canhões franceses destruíram o rosto da Grande Esfinge de Gizé.
Entretanto, após ganhar dos mamelucos que com suas tropas precariamente armadas tornaram-se presa fácil para os franceses, os britânicos sob o comando do Almirante Nelson conseguiram derrotar a frota francesa na Baía de Abukir, reconquistando a rota inglesa para a Índia e também barrando o retorno de Napoleão à França.
Somente um ano mais tarde foi que os franceses conseguiram derrotar o exército turco em terra, na Batalha de Abikur quando, sem seguida, Napoleão deixou Kléber no Egito, como Comandante-em-Chefe das tropas francesas para voltar para Paris.
Mesmo tendo apenas vitórias parciais no Egito, sua volta foi marcada pela sua mais importante conquista: sua ascensão ao poder, após a derrubada o Diretório, em 10 de novembro de 1799, quando dissolveu a Assembleia e implantou o Consulado – o início de seu caminho à glória total: depois de ser Cônsul-Geral, em 1804 coroou-se imperador, como Napoleão I, marcando assim o fim da Revolução Francesa.
* Publicitário, correspondente colaborador do portal Esplanada na Europa