É inquestionável a admiração de Maria Alice Setúbal por Marina Silva, o engajamento em seu ideal político e a amizade entre as duas. A ponto de ser inevitável a associação da candidata que lançou a Rede Pró-Sustentabilidade com o Itaú, o maior banco privado do país, fundado pelo pai de Maria Alice, a Neca – a tesoureira do novo partido. Um: a cor da Rede é laranja, a mesma do bancão. Dois, Marina insistiu no termo Sustentabilidade; e qual o banco mais sustentável do mundo, como propala em anúncios? Três: Marina não incluiu na sua lista de doadores proibidos os bancos privados, que lucram bilhões por ano.
OK, OK. Para evitar ilações e matar as dúvidas, a coluna procurou Maria Alice Setúbal. E ela dá sua versão: “Não tem nada a ver. Não tem dinheiro do banco na Rede”.
MAS… Neca Setúbal admitiu, no entanto, que o banco de sua família “Pode ajudar, sim” Marina Silva com doação em 2014. Em 2010, o Itaú deu R$ 1 milhão para a campanha da ex-verde.
MAI$. Em 2010, só para o PV, então partido de Marina, o Itaú Unibanco doou mais R$ 725 mil – o grosso disso, R$ 350 mil, para a candidatura de Gabeira ao governo do Rio.
FUNDO PERDIDO? O Itaú é o Caixa. Apenas em 2010 usou quatro CNPJs diferentes para doar para campanhas, acredite, um total de R$ 36,2 milhões. Só do Itaú Unibanco foram R$ 12.396.776,50 pelo CNPJ 24.130.411/0001-60; e R$ 23.6 milhões para candidatos diversos de vários partidos com o CNPJ 60.701.190/0001-04. O Itautec deu R$ 250 mil através de dois CNPJs.
3 comentários em “A sustentabilidade de Marina Silva”
Parabéns a Maria Alice Setubal pela sua grandiosidade de coração e generosidade em apoiar uma pessoa que tem tudo a ver com o que o Brasil precisa.
É de grão em grão que vamos encher este país de tamanha vontade de sermos culturalmente elevados e que a honestidade volte a ser um atributo incondicional e não um mérito a ser alcançado.
Parabéns e obrigado pela demonstraçãode altruísmo.
Gerson Hartmann
Curitiba
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O problema é que no Brasil a doação de dinheiro privado virou sinônimo de investimento; o empresário doa e “vence” uma licitação depois no qual sua doação retorna devidamente corrigida. O nome disso para mim é corrupção e não boa vontade. Como o combate a essa prática não funciona é melhor cortar o mal pela raiz.
Deixa eu ver se entendi: dinheiro público para financiar campanhas e manter o PT no governo (vulgo mensalão) pode.
Já o dinheiro privado é sujo, e no Brasil empresário não tem mais liberdade de colocar seu dinheiro onde quiser?
Ah, então tá.