Qualquer candidatura sucumbiria ontem às articulações do senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Há dois anos ele negocia sua volta ao comando do Congresso, em conversas até com PSDB, DEM e PCdoB, partidos que ajudaram a derrubá-lo do cargo em 2007. Para se consolidar e garantir o voto feminino suprapartidário, Renan chegou a ligar para a senadora Vanessa Graziotin (PCdoB-AM) e prometer a ela criar a Procuradoria da Mulher, proposta que Vanessa apresentou sem sucesso quando deputada. Ainda reticente, ela ouviu o aval do vice-presidente Michel Temer.
VERMELHA. “Essa loura tá podendo”, brincou o colega Inácio Arruda (PCdoB-CE) quando Renan citou Vanessa no discurso de campanha. A senadora ficou vermelha.
JUSTIFICATIVA. “É que desde a Câmara estamos (as mulheres) lutando por isso”, justificou Vanessa à coluna, para driblar constrangimentos sobre apoio a Renan, denunciado no STF.
BAIXO CLERO. Depois da posse de Renan e do séquito bajulador que o seguiu, poucos viram a cena: José Sarney caminhar sozinho e sem atenção pelo plenário, como nunca se viu.
EXPLICA, EXPLICA… Outro ponto de Renan foi manter com o PSDB a bilionária 1ª Secretaria, que controla contratos e o Orçamento de R$ 3 bilhões. O senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), o novo ocupante, se desdobrou por 20 minutos em plenário para explicar a um contrariado Aécio Neves os motivos da adesão. Contra Renan, Aécio pregou a renovação da Casa.
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