Os balanços da Petros e da Funcef estão enfraquecendo as teses desses próprios fundos de pensão em uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF). Eles recorreram contra a suspensão do pagamento da multa do acordo de leniência da J&F Investimentos, alegando que foram lesados em operações com o grupo econômico e que os valores que têm a receber da J&F são fundamentais para conseguirem pagar as aposentadorias de seus participantes.
O 1° argumento é afastado pelos balanços de 2017, quando tanto Petros quanto Funcef registraram altos ganhos no investimento feito no grupo J&F, superando em muito as suas metas de rentabilidade.
Mas o buraco é bem mais embaixo. Pelo acordo firmado em 2017 entre a J&F e o Ministério Público Federal (MPF), cada fundo receberia R$ 1,75 bilhão – mais do que eles tinham investido nas empresas do grupo, e recuperado com lucro.
Já considerando a correção pela inflação, esse valor representa apenas 0,9% dos ativos totais da Petros e 1,4% dos ativos totais da Funcef, segundo as últimas demonstrações financeiras disponíveis. Uma fatia bastante irrelevante para afetar os vencimentos dos aposentados, uma das questões levantadas pela Funcef.
Pelo jeito, os fundos terão que encontrar outro motivo para justificar eventuais prejuízos.