Acaba de chegar ao cinema, com repercussão internacional e prêmios, um drama que faz da história uma situação novelesca bem do perfil conservador de parte do Brasil.
Após trabalhar por mais de 22 anos na manutenção de aviões da Força Aérea Brasileira no gênero masculino, em 1998 a Suboficial Maria Luiza da Silva se assumiu ser uma mulher transgênero.
Desejava fazer a cirurgia de mudança de sexo e continuar na carreira. Ela é a primeira militar trans das Forças Armadas. Uma Junta Médica a reformou compulsoriamente.
Na reserva, em 2002 a militar entrou na Justiça para voltar à ativa. O judiciário reconheceu que ela foi aposentada por discriminação e que o ato da reforma foi ilegal.
Sem mais idade para voltar aos quartéis, ganhou o direito à progressão na carreira até a patente de Suboficial, posto que atingiria se não fosse afastada, e de permanecer no imóvel funcional até o julgamento final do caso pelo STJ. Em 20 de julho, dia do Patrono da Aeronáutica Santos Dumont, Maria Luiza fará 63 anos.