Uma mansão que já foi de Clara Nunes, uma ilha paradisíaca em Angra dos Reis (RJ), um jogador de futebol da Seleção, um empresário e político de Minas Gerais e um advogado influente próximo à família Bolsonaro.
O script está num processo que chegou ao TJRJ, sob relatoria do desembargador Adriano Guimarães. A disputa é pela propriedade de fração da Ilha Comprida. Espólio da cantora, foi vendida há décadas para a M. Locadora de Veículos, de Santos.
No processo, de um lado estão as empresas do jogador e do empresário – que alegam ter comprado a posse em 2011 da M. Locadora. Endividada e sem as certidões negativas à época do negócio, fechou-se “contrato de gaveta” sem escrituras. De outro lado, o advogado Willer Tomaz, cujos clientes contestam o negócio de “gaveta”, e que conseguiram em maio o despejo dos caseiros da outra parte com liminar do desembargador.
Willer alega que os clientes pagaram a posse aos donos da M. Locadora e regularizaram impostos de R$ 2 milhões para assumir o imóvel. O cerne da questão na mesa do TJRJ é: neste período, os donos da M. Locadora venderam a mansão da ilha para dois compradores diferentes?
A ilha é bem visitada há anos em Angra. Recentemente, passaram por lá a passeio o senador Flávio Bolsonaro e o então ministro Tarcísio de Freitas (Infraestrutura).