O contraventor Carlos Cachoeira comprou em 2010 um avião nos Estados Unidos com dinheiro da Delta Construções, que financiou a sua empresa fantasma Alberto & Pantoja (A&P). Para cobrir o preço de R$ 1,1 milhão, a A&P repassou R$ 1.011.000,00 à MAPA Construtora, do irmão de Cachoeira, empresa que aparece como dona do avião. O bimotor Baron hoje está em nome do empresário Rossine Aires Guimarães, apontado como um dos sócios ocultos de Cachoeira. Cobrado pela CPI, Rossine ainda não apresentou comprovantes de pagamento.
A MAPA se complica no contrato de venda para Rossine: a data é de 11 de agosto de 2010. Mas o avião só foi comprado por Cachoeira em Setembro, quando chegou ao Brasil. Dados da própria Anac anexados ao contrato de venda, em mãos da coluna, indicam o conflito de informações. O senador Randolfe (PSOL-AP) vai apresentá-los na CPI.
A A&P fez três depósitos para cobrir o valor de R$ 1,1 milhão do bimotor. A triangulação das transações indica que o contraventor foi sócio oculto da Delta no Centro-Oeste.
Como revelou a coluna dia 17 de Agosto, foi esse o avião que Cachoeira ofereceu para buscar o então senador Demóstenes Torres e o ministro Gilmar Mendes (STF) no Aeroporto de Cumbica, em 2010, viagem que não ocorreu. A A&P ainda pagou dois pilotos da FBO, contratada por R$ 23.791,12, para o traslado Miami-Goiânia.