Viúvo de professora heroína e pais de crianças mortas não tiveram indenização da prefeitura nem apoio psicológico
Familiares das vítimas da tragédia da Creche Gente Inocente, em Janaúba (MG), reclamam da falta de apoio da Prefeitura Municipal após o atentado com incêndio – provocado pelo vigia Damião dos Santos -, que vitimou 10 alunos e três adultos, e deixou mais de 40 feridos.
O crime aconteceu em 2017 e familiares e sobreviventes ainda aguardam indenização. Viúvo da professora Heley Abreu Silva Batista – que morreu ao tentar salvar crianças -, Carlos Batista, simboliza em áudio enviado à reportagem o triste sentimento das famílias: “A dor não é do fogo mais, e sim da frieza com que estão nos tratando”.
À Coluna, a Prefeitura de Janaúba alega que encaminhou um Projeto de Lei (012/2022) para indenizar os 86 familiares das vítimas e sobreviventes e aguarda aprovação pela Câmara Municipal: “Vale ressaltar que, desde 2017, quando ocorreu a fatalidade, não se criou uma fonte de recurso para essa indenização”.
Outro trecho da resposta causa perplexidade: a Prefeitura informa que “os valores que os familiares dos mortos e os sobreviventes receberam em virtude de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público obrigatoriamente devem ser descontados”.
Os familiares pediram apoio ao diretor da TV Escola, Francisco Câmpera, que nomeou há dois anos a professora Heley como patrona da emissora.